quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O espaço é vício na teia, capcioso e pronto para dar um golpe ele esconde o mistério da sua existência. A clareza do seu determinismo é a mesma que secretamente se converte em dúvida nas suas concessões, ele nos ama mas desdenha.
Lhes digo que é um inseguro recalcado que tenta não expor suas fragilidades.
Lhes digo que o espaço ri escondido, existindo e desaparecendo de propósito sem avisar. No entanto ele padece no seu caráter, tem um gosto mórbido pelo desconhecimento alheio do que ele julga inferioridade, ele zomba fingindo falar sério e não compartilha o escárnio com comparsas, a piada só existe pra ele.

A única forma de não implodir é recriar o espaço na estufa e equilibrar a equação. Cabeça que nasce hipobárica e que nas persistentes tentativas de se preencher acaba arrebentando válvulas  ou até - há casos - explodindo.
A receita não é difícil de se vislumbrar nem de tão difícil execução.
Preparemos no nosso mecanismo lógico um pequeno ladrão, um furo um pouco abaixo do limite de capacidade que faça com que o mundo se ache elogiado em sua fútil complexidade.
Este, como um bom recalcado, terá suas desconfianças e paranóias, e na verdade nunca descobrirá se é assim tão belo ou se rimos de seu alface no dente.
A verdade é que não sorrimos por nenhum dos dois,
e isso torna tudo mais divertido


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